sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Sarau da Madrugada de Novembro

A edição de novembro do Sarau da Madrugada vai ficar para a história. Roda cheia de dendê, samba cheio de axé, apresentações maravilhosas e presenças ilustres. Quem não veio perdeu muito, mas terá a chance de se redimir consigo mesmo no dia 6 de dezembro, quando acontecerá a última edição do ano, para se despedir de 2013 e preparar o terreno para 2014, que vem com força. Veja o álbum completo (com 150 fotos) na nossa página no Facebook.



RODA DE CAPOEIRA E SAMBA

A noite começou como sempre, com uma bela Roda de Capoeira, sob o comando do Contramestre Fábio Formigão, o dono da casa. Camaradas vadiando Angola e celebrando também o aniversário da sementeira Helena. Logo depois, o Samba de Roda, com as saias de chita rodando e florindo a roda, fazendo soar ainda mais forte os instrumentos. 




CONVIDADOS ESPECIAIS E SURPRESA 

O Sarau da Madrugada começa ao primeiro toque do Gunga, mas a as apresentações dos convidados só se iniciam ao final do samba. A abertura ficou por conta do Choro da Goiabeira, grupo de chorinho que tem uma sementeira como integrante, a Vitória Ramoska. O conjunto preencheu o espaço e os ouvidos presentes com seu talento e interpretações de 'Na Glória, de Ary dos Santos e Raul de Barros, 'Benzinho', de Jacob do Bandolim, e 'Carinhoso', de Pixinguinha. Após o chorinho, um pouco de Razzalfaya para esquentar ainda mais! Esse trio não brinca em serviço e esquentou mesmo! 



Eis que começam a entrar no espaço as meninas do Semente. A surpresa havia sido anunciada, mas não surpreendeu menos por isso. Com berimbau, atabaque, pandeiros, agogô e caxixi, entoaram 'Jogo de Dentro', de Paulo César Pinheiro, em uma homenagem ao fundador do grupo Semente do Jogo de Angola: Mestre Jogo de Dentro. Para lembrar "tempos idos", Simone e Helena amarraram suas saias e jogaram bonito, finalizando a surpresa sob muitos aplausos, gritos e assovios.



Com os caminhos abertos pelas sementeiras, a força feminina se manteve presente por meio do lançamento do livro ‘Pretextos de Mulheres Negras’. Sob a coordenação de Elizandra Souza e Carmen Faustino, 22 autoras participaram da antologia poética, cada uma com duas poesias de sua autoria. Para representar o grupo, estavam presentes as organizadoras (e autoras), Priscila Preta, Débora Marçal, Flávia Rosa e Nayla Carvalho. Algumas leram os próprios versos, outras leram escritos de companheiras. No fim, o efeito foi um só: muitos aplausos e mentes borbulhando, em uma reflexão inevitável. 



 O cenário muda. Velas tomam o centro do espaço e preparam o clima para a entrada de Alex Leandro. De turbante e saia branca, o ator e dramaturgo iniciou seu monólogo, onde interpretava uma mulher que escarnecia de outra que havia perdido um dos seios. Um trecho de outro espetáculo já havia encantado a todos no Sarau de Outubro, rendendo-lhe convite para voltar como convidado especial. E especial foi a apresentação deste grande artista!


 MICROFONES ABERTOS E SAMBA ATÉ AMANHECER

E os microfones, abertos como sempre, deram voz a poetas, músicos e outros artistas que nos contemplaram com seus versos, performances, cantos e interpretações. Para não variar, a festa foi longe, até voltar para o samba, “que é a melhor maneira de se conversar”. Papo reto, sem desviar. Cadeiras quebrando, tímidos se arriscando, viola mandando e o Sol chegando sem se preocupar em afastar as morenas. Afinal, com a chegada dele, o Sarau da Madrugada sempre continua... Na padaria, com o café da manhã. Ouvi dizer que a atividade matinal contou com presenças inéditas dessa vez. Que assim seja! 



Dia 6 de dezembro está logo aí. Se veio, tem motivo de sobra para voltar. Se não veio, não vá perder de novo. Quem chega para somar está em casa! Até lá, notívagos!