sábado, 17 de outubro de 2015

“SOU EU MACULELÊ, SOU EU” - seminário sobre a história e a tradição do Maculelê

Na última quarta-feira (14), rolou um belo seminário sobre o Maculelê no núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo de Capoeira Semente do Jogo de Angola, sob a supervisão do Contramestre Fábio Formigão. A atividade é realizada mensalmente, com o objetivo de ampliar o conhecimento dos alunos a respeito da Capoeira e de outras manifestações culturais de grande valor.

Davi e seu Cláudio apresentam o seminário
O tema do seminário, apresentado pelos alunos Davi e Cláudio, foi o Maculelê. Com fotos e vídeos, eles contaram um pouco sobre a história da dança, desde a sua origem, para a qual existem diversas versões. Uma dessas versões aponta que o nome dança, que simula uma luta tribal, vem da expressão “vamos esperar os Macuas (tribo) a lelê (pedaço de pau)”. Ao longo do tempo, a frase teria sofrido reduções e virado “maculelê”. Diante da incerteza sobre a real origem do Maculelê, alguns historiadores afirmam que ele é uma manifestação afro-indígena.


Dança do Maculelê

O responsável pelo resgate, organização, preservação e disseminação do Maculelê foi Paulino Almeida de Andrade, o Mestre Popó, de Santo Amaro da Purificação (BA). A partir das lembranças do que seus ancestrais faziam, ele, de certa forma, recriou o Maculelê e lutou para manter viva a sua cultura. O resgate se deu paralelamente à organização da dança, da instrumentação, da musicalidade, da indumentária e da pintura facial.

Mestre Popó

Dança: a dança representa uma luta tribal. O mestre do Maculelê carrega uma grima (bastão de madeira) e representa o herói guerreiro da aldeia. Ele fica no meio do círculo, ou semi-círculo, e escolhe um dos demais participantes para dançar no centro, simulando uma luta. Esses outros participantes carregam duas grimas nas mãos e representam a tribo rival. O bailado dos pés e as batidas das grimas têm seu fundamento. Mestre Popó dizia que o Maculelê foi uma luta transformada em dança, mas nunca foi um jogo.

Grimas

Musicalidade: assim como na Capoeira, cada música tem seu significado específico e momento certo para ser cantada. Há cantos de saudação, de chegança, de despedida, entre outros. Os ritmos e canções trazem influência musical do Candomblé, devido à bagagem cultural do Mestre Popó. O Maculelê tradicional é feito com atabaques, caxixi, xequerê e agogô.


O Maculelê e a Capoeira


Apesar de Mestre Popó também ter sido mestre de Capoeira, as duas culturas não se misturam. Não há movimentos de Capoeira dentro do Maculelê e nem movimentos do Maculelê dentro da Capoeira.

Mestre Bimba

A associação entre as duas culturas se deu por meio do Mestre Bimba. Ele, que vivenciou o Maculelê, incentivou a prática entre seus alunos de Capoeira para aumentar a destreza e o condicionamento físico deles. Em diversos grupos, a Capoeira e o Maculelê são praticados paralelamente.  


Preservação


A família do Mestre Popó deu continuidade à tradição e, até hoje, luta para preservar os fundamentos e as características do Maculelê, que tem sido alterado por muitos praticantes ao longo do tempo, se distanciando de sua raiz. No documentário “A Verdadeira História do Maculelê”, dirigido por Almir Nascimento, a professora e historiadora Zilda Paim diz que Mestre Popó chorava quando ouvia dizer que o Maculelê estava sendo feito com facão. “Nunca teve facão”, afirmou Zilda.


SEMINÁRIOS NO GRUPO SEMENTE DO JOGO DE ANGOLA

Os seminários foram incorporados às atividades do Semente do Jogo de Angola pelo Mestre Jogo de Dentro, fundador do grupo. O Contramestre Formigão costuma dizer que a preocupação do Mestre Jogo de Dentro não é formar capoeiristas, mas sim informá-los.


O objetivo dos seminários é incentivar os alunos do grupo a ampliarem seu conhecimento a respeito da Capoeira e das manifestações culturais de origens semelhantes. Com isso, os alunos também passam a valorizar mais a Capoeira e a importância de preservar os fundamentos. 










CONHEÇA MAIS SOBRE O NOSSO TRABALHO

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Sarau da Madrugada de Outubro - tem dia que o pouco é muito!

A edição de outubro do Sarau da Madrugada rolou no dia 9, no espaço Olorum, casa do núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo de Capoeira Semente do Jogo de Angola. A noite estava gostosa e nos fez lembrar daquela máxima de que "mais importante que a quantidade é a qualidade". Comentando sobre o sarau, o Contramestre Fábio Formigão, responsável pelo núcleo, resumiu nossa madrugada com um verso certeiro de ladainha: "o pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada".

Foto: Henrique Gois de Melo

  Contramestre Formigão jogando com o Calça-Preta Alan

E foi bem isso mesmo. Tinha menos gente do que costuma ter, mas a energia foi muito diferente também. Acho que os deuses selecionaram quem estava com as melhores energias naquele dia e mandaram pro Sarau da Madrugada. Teve Capoeira, Samba de Roda, lançamento do livro "Obá Kossô", do escritor e capoeirista Walter Ramos Pereira Jr., exposição de xilografites do artista plástico Jonato, lançamento de sons autorais do músico Felipe Pedrosa, samba-reggae, forró.... Fora o cardápio, com burritos maravilhosos, com direito a versão vegetariana!


Aqui estão algumas fotos do evento. No dia 6 de novembro tem mais!!! Bora curtir mais uma madrugada cultural juntos? Até lá!

Para ver mais fotos da edição de outubro do Sarau da Madrugada, clique AQUI e AQUI. Se tirou foto, manda pra gente que a gente posta também.:)



















Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Paloma de Andrade Silva

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo



Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo